Eleanor & Park é engraçado, triste, sarcástico, sincero e, acima de tudo, geek. Os personagens que dão título ao livro são dois jovens vizinhos de dezesseis anos. Park, descendente de coreanos e apaixonado por música e quadrinhos, não chega exatamente a ser popular, mas consegue não ser incomodado pelos colegas de escola. Eleanor, ruiva, sempre vestida com roupas estranhas e “grande” (ela pensa em si própria como gorda), é a filha mais velha de uma problemática família. Os dois se encontram no ônibus escolar todos os dias. Apesar de uma certa relutância no início, começam a conversar, enquanto dividem os quadrinhos de X-Men e Watchmen. E nem a tiração de sarro dos amigos e a desaprovação da família impede que Eleanor e Park se apaixonem, ao som de The Cure e Smiths. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre fadado a quebrar corações. Um amor que faz você se sentir desesperado e esperançoso ao mesmo tempo. Este livro irá leva-lo de volta aos dias de frio na barriga, quando achava que todo o peso do amor e da paixão iria sufocar você, e quando um segurar de mãos já era suficiente para fazê-lo andar nas nuvens.
Título: Eleanor & Park 🔹 Autor (a): Rainbow Rowell 🔹 Editora: Novo Século 🔹 Ano: 2014 🔹 Páginas: 328 🔹 Classificação: 3/5
Nascida em Omaha, Rainbow Rowell é uma autora norte-americana de livros jovens-adultos ou adulto contemporâneo. Até o presente, Rainbow publicou cinco livros, no Brasil todos foram publicados pela editora Novo Século. Suas obras Eleanor & Park e Fangirl (2014) receberam muitos elogios de crítica e público, ambos foram escolhidos pelo The New York Times como as melhores ficções para jovens adultos do ano 2013 (ano de publicação nos Estados Unidos). Eleanor & Park foi considerado um dos 10 melhores livros do ano pela Amazon e o melhor do ano pelos utilizadores do site Goodreads.
Em 2014, o estúdio DreamWorks anunciou a adaptação ao cinema de Eleanor e Park, mas até o momento não há outras informações.
Eleanor & Park nos leva ao ano de 1986 e conta a história de como dois desajustados se apaixonam, narrando as experiências do primeiro amor. Curiosamente a história se passa em Omaha, cidade natal da escritora.
Eleanor é nova na cidade, com cabelos ruivos e volumosos e roupas estranhas, logo chama atenção dos colegas da escola. Ela possui uma vida familiar complicada. Os pais são divorciados, o pai construiu uma nova família e a garota não se dá nada bem com o padrasto. A mãe, por sua vez, é escrava do marido. Sem autoridade ou qualquer outro tipo de imposição, Sabrina (seu nome é citado apenas uma vez no livro) é diariamente humilhada a fim de dar o mínimo necessário para os cinco filhos. Eleanor sendo a mais velha, não suporta a maneira com sua família vive, mas para que não seja expulsa de casa pelo Richie mais uma vez, ela suporta muitas coisas.
Park é um garoto mestiço, sua mãe é coreana e seu pai americano, um dos poucos adolescentes que não tem pais divorciados. Apaixonado por gibis e música, sempre fez questão de não chamar atenção na escola. Sua mãe é revendedora de cosméticos (na tradução para o português, Avon) e possui um salão na garagem, seu pai foi militar, lutou na Guerra da Correia, onde conheceu a esposa.
Quando Eleanor e Park se viram pela primeira vez não podiam imaginar o quanto se tornariam íntimos. A primeira vez que Eleanor entra no ônibus escolar chama atenção por suas roupas masculinizadas e seu cabelo rebelde. Entre brincadeiras de mau gosto, Park sente pena daquela, até então estranha, e oferece o assento vago ao seu lado.
A paixão entre os dois se dá de forma lenta e gradual. Tudo começa com a típica olhada para ver o que a pessoa ao lado está lendo. A partir do momento que Park percebe que Eleanor acompanhava a leitura de seus quadrinhos, o garoto permite que ela o acompanhe e posteriormente empresta seus gibis.
Tudo encaminhava bem, os dois começaram a conversar, trocaram segredos, músicas e gibis. Park a apresentou a sua família e amigos como namorada e juntos tiveram algumas experiências mais íntimas e sexuais. Certamente eles teriam muito tempo para aproveitar, se não fosse o padrasto de Eleanor. Quando Richie descobre o relacionamento dos dois as coisas têm que acontecer rápido demais, incluindo a partida de Eleanor. Quando se tem 16 anos, no primeiro amor não há nada a perder, Park sabendo das dificuldades da namorada e temendo que o padrasto faça algo pior, ele a ajuda a sair da cidade e encontrar abrigo na casa dos tios maternos.
Narrado na terceira pessoa, os capítulos são alternados entre Eleanor e Park. Às vezes contextualizando o leitor ao que ocorre na cabeça e ambiente familiar de Eleanor, outras na de Park.
📚 Concluindo…
Particularmente, eu gosto quando os autores adotam esse tipo de artifício. Saber as peculiaridades de cada um em determinado momento, quase que simultaneamente. É como estar em todos os momentos dos personagens.
Para mim, o livro tinha tudo para ser excelente. A forma como se apaixonam e criam laços verdadeiros, os conflitos internos de uma garota de 16 anos, os problemas e as vitórias familiares, até mesmo as confusões entre jovens. Mas de repente a história vai de muito boa para muito ruim. A história torna-se corrida para o desfecho final. Alguns detalhes esclarecem outras partes iniciais, o que achei interessante, mas o destino final dos protagonistas foi confuso e um pouco revoltante (por assim dizer). Por esses motivos, minha nota é três.
Se ela tinha saudade? Queria perde-se dentro dele. Amarrar os braços dele em torno dela feito um torniquete. Se lhe mostrasse o quando precisava dele, ele sairia correndo. (Página 158)
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