O Rube nunca amou nenhuma delas. Nunca se importou com elas. Nem é preciso dizer que Rube e eu não somos muito parecidos em matéria de mulher. Cameron Wolfe é o caçula de três irmãos, e o mais quieto da família. Não é nada parecido com Steve, o irmão mais velho e astro do futebol, nem com Rube, o do meio, cheio de charme e coragem e que a cada semana está com uma garota nova. Cameron daria tudo para se aproximar de uma garota daquelas, para amá-la e tratá-la bem, e gosta especialmente da mais recente namorada de Rube, Octavia, com suas ideias brilhantes e olhos verde-mar. Cameron e Rube sempre foram leais um com o outro, mas isso é colocado à prova quando Cam se apaixona por Octavia. Mas por que alguém como ela se interessaria por um perdedor como ele? Octavia, porém, sabe que Cameron é mais interessante do que pensa. Talvez ele tenha algo a dizer, e talvez suas palavras mudem tudo: as vitórias, os amores, as derrotas, a família Wolfe e até ele mesmo.
Título: A Garota Que Eu Quero 🔹 Autor (a): Markus Zusak 🔹 Editora: Intrínseca 🔹 Ano: 2013 🔹 Páginas: 174 🔹 Classificação: 4/5
Markus Frank Zusak (Sydney, 23 de junho de 1975) é um escritor australiano. Seu livro de maior venda, A Menina que Roubava Livros, consagrou o autor como um dos mais inovadores e poéticos romancistas dos dias atuais. Zusak é o autor vencedor do prémio de quatro livros para jovens: O Azarão, Bom de Briga, A Garota que eu quero, e O Mensageiro.
A Garota que Eu Quero é o terceiro volume de uma trilogia, porém metade do mundo (incluindo eu) não sabe disso. O nome do livro em inglês se chama When Dogs Cry (2001, Austrália), os anteriores são The Underdog (1999) e Fighting Ruben Wolfe (2000).
Obs.: o fato dos títulos terem referências caninas tem relação com os poemas que o protagonista escreve e foram postas entre os capítulos.
Em 2003, o último livro foi lançado nos EUA com o título Getting The Girl, que também foi utilizado na versão traduzida para o português. O Azarão e Bom de Briga foram os títulos dos dois primeiros lançados pela Editora Bertrand. Não sei o motivo, mas o último título foi adquirido pela Editora Intrínseca vendendo A Garota que Eu Quero como romance único, tal qual feito em 2003 nos EUA.
A Garota que eu quero é contada por um narrador-personagem. Na primeira pessoa, lemos através das perspectivas e anseios do protagonista, Cameron Wolfe. Caçula de quatro irmãos (Rube, Sarah e Steve), é um jovem solitário que anda pelas ruas da cidade a procura de algo que preencha seu íntimo.
Cam se considera um perdedor, pensa constante nas atitudes que deixou de tomar, nas coisas que não falou. No fundo, quer ser motivo de orgulho para a família, mas não sabe como fazê-lo. Também acredita que um dia encontrará uma garota que o completasse, não no sentido corriqueiro. Cameron não queria apenas transar com uma garota: “Queria se afogar dentro de uma mulher, no sentimento e no enlevo do amor que poderia lhe dar. Queria que a intensidade da pulsação dela me esmagasse. Era isso que eu queria. Era isso que eu queria ser” (página 8).
Seu irmão mais velho, Steve, é jogador profissional de futebol, exemplo de liderança no time e motivo de orgulho da família (por ser o único bem sucedido). Já Sarah, segund mais velha, não é uma personagem tratada com detalhes nesse livro, assim como o Sr. e a Sra. Wolfe.
Cam e Rube, irmão do meio, são os mais próximos e os que mais se diferem. Rube é mulherengo, sabe conquistar uma garota da forma mais simples e está com uma diferente a cada semana. Cameron já viu seu irmão dispensar várias garotas, Rube perde o interesse com muita facilidade, mas nunca se importou tanto como quando o irmão desistiu de Octávia.
Octávia era diferente das outras namoradas de Rube. Além da beleza (bom gosto do irmão), tinha bom humor, era inteligente e se importava com Cameron, ele não era um qualquer. Após o término, Octávia e Cam se aproxima de uma forma diferente e ele se apaixona por ela.
📚 Concluindo…
Para uma trilogia, Makus soube destacar bastante o livro, tornando dispensável o conhecimento sobre os dois primeiros. Apesar de parecer uma história enfadonha, o autor compôs um personagem intrigante. Existem detalhes na narrativa que fazem com que o livro vá além da sinopse e da resenha.
No final de cada capítulo somos presenteados com os poemas de Cameron, eles fazem referências ao que foi lido anteriormente. O que parece é o personagem despeja no papel tudo a sua ansiedade, tudo o que ele realmente queria ser. O cachorro, descrito nos poemas, não deixa de ser a coragem do jovem Cam.
Minha avaliação é quatro, mesmo com a narrativa esplêndida de Markus, mais da metade do livro – até o protagonista entrar em um relacionamento com Octávia – temos uma leitura letárgica, sem grande emoção.
(…) Minha teoria sobre o assunto era, e continua sendo, que é obvio meu desejo pela dimensão física da mulher. Mas acredito de verdade que essa parte do meu desejo por uma garota fica na superfície da minha alma, ao passo que, muito mais profundamente, está o ardente desejo de agradá-la, tratá-la bem e mergulhar no espírito dela. (página 28)
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